Como pode a luz ter sido criada primeiro que o Sol, conforme o relato de Gênesis 1

A Bíblia é um livro de profundidades que muitas vezes causam questionamentos, levando-nos a aguçar a mente em busca de respostas que possam nos conformar.
Entender a vontade e os planos do Criador e o porquê de determinadas ações Dele são atitudes presentes na vida do homem e registradas na Palavra de Deus (Gn 1 8.23-25,29-30,32; Mt 24.3 e At 1.6).

No início da criação da Terra, a Bíblia afirma que "havia trevas sobre a face do abismo" (Gn 1.2), ou seja extensa escuridão pairava.
Alguns teólogos acreditam que essa passagem fala da recriação da Terra, que estaria deformada e vazia por conta de uma grande catástrofe, que pode ter sido a queda de Lúcifer e seus aliados, anjos decaídos.

Seja como for em meio a essa situação de trevas e deformidade, o Senhor necessitaria realizar uma organização. Contudo, não poderia trabalhar no escuro, afinal o próprio Jesus que estava presente na Criação advertiu aos seus discípulos que trabalhassem durante o dia (Jo 9.4). Assim, cuidou Deus em clarear a sua "oficina" e declarou a palavra de ordem "Haja luz!", e imediatamente surgiu a luz em meio a densas trevas (Gn 1.3).

Notemos o fato de que a luz não se estendeu em todo o hemisfério terrestre visto que Deus fez logo uma distinção e chamou a porção iluminada de dia e a não iluminada de noite, e a partir daí Ele passaria a fazer a distinção entre dias (Gn 1.5). As Sagradas Escrituras afirmam que Deus não tem comunhão com as trevas. Portanto, essa atitude divina no ato da Criação pode ainda estar a nos mostrar que para que haja uma operação sobrenatural de Deus em nossas vidas, primeiramente é necessária a separação entre a luz e as trevas, espiritualmente falando.
Quando João teve a revelação profética da renovação da Terra em sua estada na ilha de Patmos, ele observou que nela não havia noite, pois a glória do Senhor preenchia todo aquele lugar, como sinal da ausência de qualquer maldição ou pecado. É a santidade de Deus reinado sobre a Terra (Ap 22.5). A essência das obras de Deus está em que elas são feitas na luz e Nele não há trevas (Jo 3.20-21).
Paulo traz à igreja de Corinto uma revelação acerca desse acontecimento ao dizer que Deus fez resplandecer a luz nas trevas, a fim de que todos pudessem ter conhecimento de sua glória, manifestando-a também na pessoa de Jesus Cristo, que das trevas de nossos corações faria brotar a luz do Evangelho (2Co 4.6).
Retornando à narrativa de Moisés, autor de Gênesis, entendemos que os três primeiros dias da Criação foram reservados para que Deus desse forma à Terra, que antes era algo sem forma e vazio (Gn 1.2,6,9). Os três dias seguintes foram destinados a "arrumar a casa". É quando o Criador passa a enchê-la (Gn 1.14,20,26).
Imaginemos um pai de família que pretende construir uma casa para morar nela. Seu primeiro passo na construção seria dar forma à casa, pôr a base, levantar paredes, cobrir com telhas e só depois colocar os móveis e, o principal, entrar com sua família.
Mas ele não poderia trabalhar à noite, em meio à escuridão. Todo construtor quer ver cada parte da sua obra iluminada. Assim fez o Senhor quando foi construir a Terra. Nos dias passados, muitos debochavam acerca desse relato de Moisés, justamente porque Deus chama à existência a luz independentemente do sol.
Seria Moisés um grande físico da era pós-diluviana?
Certamente que não, mas o Espírito Santo, que o inspirou muito, é onipotente e seu conhecimento vai além do entendimento humano (ICo 2.10).
Hoje, porém, além da constatação da existência da luz cósmica, a Ciência descobriu que o Sol não é a única fonte de luz, mas que a própria Terra, e pelo menos mais um planeta de nosso sistema, podem, sob certas circunstâncias, brilhar sem o auxílio de uma fonte de luz. Logo, temos em Deus o principio de todas as coisas.

Por: PR. Celso Gregório
Fonte: Jornal Mensageiro da Paz
Divulgação: Perto do Fim - Site Cristão
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