Realmente,
muitos escritores, cantores e pregadores têm propagado essa invencionice! A
Palavra de Deus afirma apenas que Jesus tem as chaves da morte e do inferno,
isto é, do Hades (Ap 1.18), e não que estas foram tomadas de Satanás. Deus
sempre teve o domínio sobre todas as coisas.
As
pessoas que morreram antes e depois da ressurreição de Jesus ficaram aos
cuidados do Senhor (Ec 12.7), pois é Ele quem "pode fazer perecer no
inferno [geena, no grego] a alma e o
corpo" (Mt 10.28). E, neste lugar, o Diabo também será lançado (Ap 20.10).
Quando
não se observa o que está escrito na Bíblia Sagrada, criam-se várias fantasias
acerca do Hades e da pregação de
Jesus aos espíritos em prisão, depois de sua morte redentora fïPd 3.19).
É
com tristeza que vemos em nossas livrarias obras que pretendem tratar das
"divinas revelações do inferno", mas que nada têm de divinas,
tampouco honram a revelação das Escrituras! Erram ao descrever o local com
detalhes extrabíblicos (Ap 22.18).
Há
"hinos" que apresentam a obra de Cristo na cruz como uma derrota,
dando a entender que a vitória mesmo só aconteceu no inferno. As letras de
algumas canções dizem que o Inimigo e seus emissários faziam uma grande festa -
motivada pela "derrota" do Senhor Jesus no madeiro -, quando Ele, de
repente, invadiu o inferno e acabou com a diversão dos demônios, tomando as
chaves das mãos de Satanás!
De
acordo com a Palavra de Deus, essa festa nunca aconteceu! Primeiro, porque
Cristo venceu as potestades do mal na cruz: "Tendo [Jesus] cancelado o
escrito de divida, que era contra nós (...) e, despojando os principados e as
potestades, publicamente os expôs ao desprezo, triunfando deles na cruz",
Cl 2.14-15 (Almeida Revista e Atualiza-da - ARA).
Não
havia, pois, motivo algum para a realização daquele banquete! Ademais, o trono
satânico nunca foi no inferno, e sim nas regiões celestiais (Ef 2.2; 6.12).
Os principais
responsáveis pela difusão desse pensamento antibíblico são alguns pregadores -
ou melhor, animadores de auditório. Já
ouvi várias mensagens fantasiosas.
Em uma delas, o expoente
disse que Jó — lá no Hades! — acotovelou o Diabo e lhe disse: "Tá vendo,
Satanás? Eu não te disse que o meu Redentor vive?" Isso seria cómico, se
não fosse trágico. E, infelizmente, o povo se empolga com esse tipo de recurso.
Mas, como
explicar o que está escrito em Hebreus
2.14?
Neste texto, a Palavra
de Deus afirma que Satanás - então detentor do poder (ou império) da morte -
foi destruído por Jesus.
Esta passagem,
paradoxalmente, é a preferida dos que defendem a transferência do lugar da
redenção para o inferno. Ora, neste versículo, nota-se com clareza que a obra
redentora foi realizada por Cristo ao morrer na cruz por nossos pecados:
"Para que, por sua morte, destruísse aquele que tem o poder da morte, a
saber, o diabo" (ARA).
É um erro pensar, com
base nesta passagem, que depois do pecado de Adão, o Diabo passou a controlar
todas as coisas, inclusive a morte e o inferno.
Ele se valia da força do
pecado para colaborar com a morte e a condenação da humanidade, o que não
significa possuir as chaves, isto é, o domínio total.
Em Romanos 6.23, está
escrito que o salário do pecado é a morte. Embora a missão tríplice do Inimigo
seja roubar, matar e destruir, ele nunca teve o poder de matar o homem
diretamente, no sentido de afastá-lo de Deus (Is 59.2).
A morte decorre do
pecado: "Por um homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado a
morte", Rm 5.12. E, antes da vitória do Rei dos reis na cruz (IPd 2.24), a
morte reinou (Rm 5.14), dando ao Diabo o status de imperador da morte. Mas não
era ele, de forma direta, quem detinha o poder de matar, e sim o pecado (Rm
7.11). O Inimigo, por conseguinte, se aproveitava da situação pecaminosa do
homem.
Em resumo, Jesus tem as
chaves da morte e do Hades porque venceu o pecado (Jo 1.29 e Gl 2.20). E, como
consequência, derrotou também o Diabo e a morte (1Jo 3.5,8e ICo 15.55),
alcançando a nossa eterna redenção (Ap 5.8). Glória ao Cordeiro!
Por: PR.
Ciro Sanches Zibordi
Fonte:
Jornal Mensageiro da Paz
Divulgação: Perto do Fim - Site Cristão