Jesus e a guarda do sábado
A observância do sábado nos dias do ministério terreno de
Jesus havia se tornado externa e formal. As autoridades religiosas de Israel
haviam criado muitas restrições e estabeleceram regras meticulosas.
A Mishnah, antiga
literatura religiosa dos judeus, nos tratados Shabbat e Erub, registra
minúcias de como o sábado deve ser observado.
O apóstolo Paulo e a guarda do sábado
O apóstolo Paulo omitiu o quarto mandamento (Rm 13.9). Ele
considerava retrocesso espiritual guardar dias, meses e anos (G1 4.10, 11).
Os primeiros cristãos eram judeus de origem e era natural
para eles observar os serviços da sinagoga; ainda hoje, muitos judeus que são
convertidos à fé cristã preferem não abrir mão de sua identidade judaica,
principalmente aqueles que residem em Israel.
As controvérsias em torno da guarda do sábado
As controvérsias em torno deste mandamento se referem à sua
interpretação.
O que acontece é que existe o sábado institucional e o sábado
legal, e quem não consegue separar estas duas instituições terminam
radicalizando indo aos extremos. Esse é o principal problema dos sabatistas da
atualidade, como os adventistas do sétimo dia.
Sábado legal no Decálogo
A instituição do sábado legal no Decálogo tinha o propósito
duplo, social e espiritual, de cessar os trabalhos a cada seis dias de labor
para dar descanso aos seres humanos e aos animais e dedicar um dia inteiro para
adoração a Deus:
Leia:
8 Lembra-te do dia
do sábado, para o santificar. 9 Seis dias
trabalharás e farás toda a tua obra, 10
O sábado com sombra das coisas futuras
Deve ser lembrado que, de acordo com Colossenses 2.17, o sábado estava na condição de "sombras das coisas futuras, mas o corpo é de
Cristo.
A observância ao sábado estava associada à redenção em
Deuteronômio 5.15, onde Moisés declarou: "Porque te lembrarás que foste
servo na terra do Egito e que o Senhor, teu Deus, te tirou dali com mão forte e
braço estendido; pelo que o Senhor, teu Deus, te ordenou que guardasses o dia
de sábado".
O sábado do cristão
O sábado legal do Decálogo foi estabelecido para Israel se
lembrar da escravidão no Egito (Dt 5.15). Há certa analogia com o sábado
cristão, o domingo, que, sem precisar de imposição legal, passou a ser o dia de
adoração cristã coletiva em memória à ressurreição de Cristo que ocorreu num
domingo (Mc 16.1-6; Lc24.1-6).