As diferenças entre Deus é Alá

Quando tentamos resumir as crenças de uma religião, há sempre o risco de simplificar em demasia. Com a maioria das religiões, é difícil reduzir os pontos principais das doutrinas [...]

A tarefa é mais fácil com o islamismo, pois esta religião possui cinco doutrinas fundamentais [...] Embora haja categorias doutrinais similares no judaísmo e no cristianismo, as doutrinas específicas do islamismo podem ser diferentes daquilo que você espera.
O nome do deus dos muçulmanos
Os muçulmanos acreditam na existência e preeminência de deus. Há apenas um deus, cujo nome é Alá. Ao pronunciar Allah akbar (Alá, o grande), em suas orações diárias, os muçulmanos reconhecem que "deus é maior do que tudo".

Eles sabem que ele é onisciente, onipotente e onipresente. Os poderes que são atribuídos a Alá são os mesmos que os famosos atributos "oni" do Deus do judaísmo e do cristianismo: Onisciente: que tudo sabe; Onipotente: que tudo pode; e Onipresente: que está em todos os lugares ao mesmo tempo.

Tanto Alá quanto Deus são descritos como um ser transcendente (o que significa que estão acima e além de nós em outras dimensões de tempo e espaço). Essa característica se ajusta ao conceito muçulmano de que Alá não pode ser conhecido nem compreendido.

Com o deus (Alá) dos muçulmanos não se pode ter uma experiência

O autor Abd-al-Masih, em seu livro Who is the Allah of Islam? (Quem é o Deus do Islamismo?), transmite a visão muçulmana de que Alá é "único, inexplorável e inexplicável". Ele afirma categoricamente que "Alá não pode ser compreendido".

De forma similar, George Houssney escreve em What is Aílah líke? (Como é Alá?) que os seres humanos jamais podem conhecer Alá. Podem saber alguma coisa sobre ele, mas não têm um conhecimento pessoal dele e, tampouco, podem ter uma experiência com ele.

Muçulmanos se ofendem com a noção de que uma pessoa pode conhecer a Deus. Para a mente islâmica, a habilidade humana de conhecer a Deus tornaria Deus dependente de sua criação. Por essa razão, Alá não se revela; ele manifesta apenas seus desejos e suas vontades (mashí'at), mas não a si mesmo. Como os muçulmanos acreditam que as pessoas não podem conhecer Alá, eles também não tentam conhecê-lo.
Os muçulmanos rejeitam o conceito cristão de que Deus é imanente (o que significa que a presença e a atividade dEle estão no mundo e na natureza humana, e as características de Deus podem ser vistas no mundo que nos rodeia).
Os muçulmanos ficam ofendidos com o conceito cristão de que os seres humanos podem estabelecer um relacionamento pessoal com Deus, Para os muçulmanos, Alá continua misterioso, distante e inatingível.

A rejeição da Trindade pelo islamismo

Talvez a maior diferença entre o conceito do muçulmano e do cristão acerca de Deus diz respeito à Trindade.
Os muçulmanos acreditam na unidade de Alá, o que significa que ele não poderia ter filhos ou parceiros. Muitos muçulmanos, de forma equivocada, acreditam que os cristãos adoram três deuses (o que seria triteísmo).
Contudo, esse pressuposto tem sua origem na compreensão equivocada da doutrina cristã da Trindade, que reconhece que há apenas um Deus, mas que há três "Pessoas" que coexistem na unidade de Deus: Deus Pai, Jesus, o Filho, e o Espírito Santo.

Não há palavra no árabe para designar "três em um" ou "triplo", portanto é bem compreensível que uma dificuldade linguística crie a má compreensão em relação à Trindade. Contudo, a rejeição da Trindade pelo islamismo é muito mais do que apenas um obstáculo linguístico.

O Alcorão ataca especificamente este conceito. A. J. Arberry, em seu livro The Koran Interpreted (A Interpretação do Alcorão), diz que o Alcorão enfatiza que os cristãos são infiéis, pois aceitam a doutrina histórica do cristianismo, a Trindade.
Ele cita o Alcorão, quando este afirma: "Eles são infiéis, pois dizem: 'Deus é o Terceiro de Três'. Assim, Deus não existe, pois Ele é uno e único".
[...] Quanto mais você examina a natureza de Alá, menos ele se parece com o Deus dos judeus e dos cristãos.

O amor do deus dos muçulmanos

O que o amor tem a ver com tudo isso?
Os muçulmanos têm "noventa e nove belas maneiras" para se referir a Alá (as quais eles memorizam), e cada uma delas descreve uma das características de Alá. Talvez você se surpreenda ao saber que o termo amor está ausente dessa longa lista das qualidades de seu caráter.

O Alcorão não descreve Alá como amoroso. Seu caráter é definido mais em termos de julgamento do que pela graça, e mais em termos de seu poder do que de sua misericórdia.
Isso não quer dizer, porém, que Alá não ama. Ele ama aqueles que fazem o bem [...] Contudo, Alá não ama o indivíduo cujas más ações sobrepujam as boas.

A  grande diferença entre Alá e o Deus do cristianismo
O atributo do amor é a grande diferença entre Alá e o Deus do cristianismo. Essa é a razão pela qual é incorreto acreditar que Alá e Deus são a mesma divindade, simplesmente conhecida por nomes distintos, dependendo se você esta em uma mesquita ou em uma igreja. Mas isso não é o mesmo que chamar um divã por um nome alternativo, como sofá, canapé, otomana ou marquesa.
O Alá do Alcorão ama apenas os indivíduos que considera bons; o Deus da Bíblia ama toda a humanidade, embora saiba que nenhum indivíduo é basicamente bom.

"Porque Cristo, estando nós ainda fracos, morreu a seu tempo pelos ímpios. Porque apenas alguém morrerá por um justo; pois poderá ser que pelo bom alguém ouse morrer. Mas Deus prova o seu amor para conosco, em que Cristo morreu por nós, sendo nós ainda pecadores. Logo muito mais agora, tendo sido justificados pelo seu sangue, seremos por ele salvos da ira. Porque se nós, sendo inimigos, fomos reconciliados com Deus pela morte de seu Filho, muito mais, tendo sido já reconciliados, seremos salvos pela sua vida. E não somente isto, mas também nos gloriamos em Deus por nosso Senhor Jesus Cristo, pelo qual agora alcançamos a reconciliação" (Rm 5.6-11).

Se alguém questionar se há uma diferença entre Alá e Deus, diga-lhe que o amor é a resposta.

Por: Extraído e adaptado do livro Guia de Seitas e Religiões, de Bruce Bickele Stan Jantz (CPAD).
Fonte: Jornal Mensageiro da Paz, setembro de 2014
Divulgação: Perto do Fim - Site Cristão

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