Há 10 grandes religiões no mundo, além
do Cristianismo. São elas: Budismo, Confucionismo, Hinduísmo, Taoísmo,
Jainismo, Xintoísmo, Zoro-astrismo, Sikhismo, Islamismo e Judaísmo, e muitos
milhares de seitas. Eis o desafio da Igreja.
1. Definição de seita.
O termo como aparece na Bíblia
significa facção, partido, grupo ou cisão. Inicialmente, não tinha caráter
pejorativo (At 15.5; 24.5,14). Depois assumiu sentido negativo (G15.19-21).
Pode designar um subgrupo de dentro de alguma religião organizada, como os
saduceus (At 5.17), fariseus (At 15.5; 26.5) ou dissensões no seio da própria
Igreja (Rm 16.17; 1 Co 11.19).
2. No campo teológico.
Os hereges “convertem a graça de Deus
em dissolução e negam a Deus, único dominador e Senhor nosso, Jesus Cristo” (Jd
v. 4).
Uma tal seita consiste num grupo de
pessoas unânimes em tomo de uma interpretação particular da Bíblia,
caracterizando-se por distorções do Cristianismo ortodoxo, no que diz respeito
às doutrinas centrais da fé cristã.
No Cristianismo do Século I, o termo
heresia indicava a negação do evangelho pregado pelos apóstolos (2 Pe 2.1; 2 Co
11.3,4; G1 1.8).
II. DOUTRINA
1. Definição de doutrina e sua origem.
Doutrina é o conteúdo de um ensino ou
crença. Ela pode ser divina (Mt 7.28; Jo 7.16; Tt 2.10); [ humana (Cl 2.22; Tt
1.14) e demoníaca (1 Tm 4.1). A doutrina divina é a bíblica, ortodoxa e sadia.
A humana e a de demônios são heréticas, que levam o homem à condenação e,
perdição.
2. Contribuição da doutrina.
A doutrina responde às perguntas sobre
Deus, a Trindade: Pai, Filho e Espírito Santo, sobre a natureza humana, sobre a
vontade de Deus, sobre o nosso destino eterno. A perseverança na doutrina está
relacionada à salvação (lTm 4.16).
O conhecimento e a prática da doutrina
cristã nos protegem contra a heresia (1 Tm 4.1-6; 2 Tm 2.18; Tt 1.11). Esse
conhecimento não anula a espiritualidade do crente (1 Co 2.14, 15; Rm 12.3). A
doutrina contribui para a unidade da Igreja (Rm 16.17; 1 Co 1.10; Ef 4.12, 13).
3. O Jesus das seitas (2 Pe 2.1-4).
As seitas distorcem as verdades
fundamentais sobre Cristo reveladas na Bíblia, e isso resulta num outro
evangelho (G1 1.6-8) e num outro Jesus (2 Co 11.4) que oferecem uma falsa
salvação e um falso céu para os seus adeptos.
As seitas modernas classificam-se em
pseudocristãs, orientais, ocultistas e secretas.
Pseudocristãs.
Testemunhas de Jeová, Adventismo do
Sétimo Dia, Mormonismo, Meninos de Deus (também conhecida por A Família),
Tabernáculo da Fé, Só Jesus, Igreja de Cristo Internacional (de Boston), Igreja
da Unificação (Rev. Moon), Igreja Local de Witness Lee, Voz da Verdade.
Testemunhas de Ierrochua e Igreja Pentecostal Unida do Brasil.
Orientais.
Arte Mahikari, Hare Krishna,
Seicho-no-iê e Igreja Messiânica Mundial.
Ocultistas.
Kardecismo, Legião da Boa Vontade.
Santo Daime, Ra-cionalismo Cristão, Umbanda, Quimbanda, Candomblé, Cultura
Racional, Ciência Cristã e Nova Era.
Secretas.
Maçonaria, Ordem Rosacruz e Teosofismo.
A Maçonaria não é apenas uma associação ou confraria; ela é. também, uma
religião.
III. COMO IDENTIFICAR AS SEITAS
1. Nega a doutrina da Trindade.
Os adeptos das seitas procuram
salvar-se a si mesmos e por essa razão, a Trindade lhes é um insulto, e daí, a
rejeitarem ou a perverterem. A única seita que não rejeita a Trindade são os
Adventistas do Sétimo Dia: mas à semelhança das Testemunhas de Jeová, alegam
que Jesus é o arcanjo Miguel; seus adeptos sequer sabem o que significa isso.
2. São exclusivistas.
Os promotores e adeptos das seitas
ensinam que a salvação é exclusiva ao seu grupo religioso. Isso é uma afronta à
graça de Deus e ao mérito do sacrifício de Jesus no Calvário. Jesus é o único
Salvador, e somente Ele pode salvar (Jo 14.6; At 4.12).
A Bíblia diz que a salvação está
disponível, pela fé em Cristo, a todos os que se arrependerem de seus pecados
(At 4.12; 10.43; Jo 3.15: Tt 2.11). “Todo aquele que invocar o nome do Senhor
será salvo” (J1 3.32; Rm 10.13).
3. Além da Bíblia.
Certas seitas e religiões negam
explicitamente a autoridade da Bíblia; outras acrescentam algo a ela; e, ainda
há as que declaram crer nela, mas na prática sequer incentivam seus adeptos à
leitura da Palavra de Deus. Colocam outros livros e líderes humanos como tendo
a mesma autoridade da Bíblia ou acima dela.
A Bíblia é a nossa única regra de fé e
prática, inspirada por Deus (2 Tm 3.16). A Bíblia é a Palavra de Deus (Mc
7.13), o Livro do Senhor (Is 34.16). O profeta adverte: “À lei e ao testemunho!
Se eles não falarem segundo esta palavra, nunca verão a alva” (Is 8.20)
4. Características das seitas.
Elas se caracterizam por apresentarem
novas “revelações”, novas interpretações da Bíblia, um outro Jesus, rejeição do
Cristianismo ortodoxo, liderança muito forte, mudanças constantes em sua
teologia, falsas profecias e salvação pelas obras.
IV. OS CREDOS DA CRISTANDADE
1. As seitas e os credos.
As seitas falsas além de mutilarem a Bíblia,
rejeitam o Cristianismo histó-rico-ortodoxo. Suas crenças são oriundas das
supostas revelações, subjetivismo, e da mentalidade de seus fundadores e
líderes.
2. Formulação dos credos (Hb 6.1,2).
“Credo” vem do latim e significa
“creio”. Desde muito cedo na história do Cristianismo, o credo tornou-se mais
que um conjunto de crenças: é uma confissão de fé. Tem como objetivo sintetizar
as doutrinas essenciais do Cristianismo para facilitar as confissões públicas,
e conservar a doutrina contra as heresias.
3. Confissão de fé dos judeus.
O primeiro credo da Bíblia está em Dt
6.4: “Ouve ó Israel, o Senhor nosso Deus é o único Senhor”, citado por Jesus
como o primeiro de todos os mandamentos (Mc 12.29); ainda hoje é recitado pelos
judeus religiosos três vezes ao dia.
4. O Credo dos Apóstolos.
É o mais antigo dos três principais
credos da Igreja Cristã.
a) História.
Diz a tradição que ele foi formulado
pelos apóstolos logo após a ressurreição de Jesus, e que cada um deles
apresentou um artigo de fé. O texto mais antigo desse credo é datado de 700
d.C. Muitos creem que esse documento constituía a confissão batismal daquela época.
b) Conteúdo.
“Creio em Deus Pai Todo-poderoso. E em
Jesus Cristo seu único Filho, nosso Senhor, que nasceu do Espírito Santo e da
virgem Maria; que foi crucificado sob o poder de Pôncio Pilatos, morto e
sepultado; ressuscitou ao terceiro dia; subiu ao céu, e está sentado à mão
direita do Pai, de onde há de vir julgar os vivos e os mortos. Creio no
Espírito Santo; na santa Igreja; na remissão dos pecados; na ressurreição do
corpo”.
A Igreja Católica Romana, por sua
própria conta, acrescentou a “Ave Maria” ao credo original.
5. Credo Niceno.
O Credo Niceno foi formulado em 325
d.C. Ele contém princípios do credo anterior e novos elementos que lhe dão
feição própria.
6. Credo Atanasiano.
Ocupa-se da doutrina da Trindade. Todas
as suas declarações podem ser confirmadas nas Escrituras.
a) História.
O Credo de Atanásio foi formulado em
381 d.C. Ele é muito extenso para ser citado na íntegra. Citamos apenas alguns
artigos.
b) Conteúdo.
(3) A fé universal é esta: Adoramos um Deus em trindade, e a trindade em
unidade;
(4) Não confundindo as Pessoas, nem
dividindo a substância.
(5) Pois existe uma Pessoa do Pai,
outra do Filho, e outra do Espírito Santo.
(6) Mas a deidade do Pai, do Filho e do
Espírito Santo é toda uma só; a glória é igual e a majestade é coeterna.
(7) Tal como é o Pai, tal é o Filho e
tal é o Espírito Santo.
(8) O Pai é incriado, o Filho é
incriado, e o Espírito Santo é incriado.
(9) O Pai é imensurável, o Filho é
imensurável, o Espírito Santo é imensurável.
(10) O Pai é eterno, o Filho é eterno,
o Espírito Santo é eterno.
(11) E, no entanto, não são três
eternos, mas há apenas um eterno.
(12) Da mesma forma não há três
incriados, nem três imensuráveis, mas um só incriado e um imensurável.
(13) Assim também o Pai é onipotente, o
Filho é onipotente e o Espírito Santo é onipotente.
(14) No entanto, não há três
onipotentes, mas sim, um onipotente.
(15) Assim, o Pai é Deus, o Filho é
Deus, e o Espírito Santo é Deus.
(16) No entanto, não há três deuses,
mas um Deus.
(17) Assim o Pai é Senhor, o Filho é
Senhor, e o Espírito Santo é Senhor.
(18) Todavia não há três senhores, mas
um Senhor.
(19) Assim como a veracidade cristã nos
obriga a confessar cada Pessoa individualmente como sendo Deus e Senhor;
(20) Assim também ficamos privados de
dizer que haja três deuses ou senhores... (26) Mas as três Pessoas são
coeternas, são iguais entre si mesmas;
(27) De sorte que por meio de todas,
como acima foi dito, tanto a unidade na trindade como a trindade na unidade
devem ser adoradas.
7. Confissão de fé
das Assembleias de Deus.
A Bíblia é a nossa única autoridade em
matéria de fé, de doutrina e de conduta. Ela está acima de todos os credos e da
tradição. Mas há a necessidade de se formular a nossa confissão de maneira que
qualquer pessoa possa em resumo saber e entender o que cremos. Nosso Credo
constitui-se de 14 artigos que aparecem em cada edição do jornal Mensageiro da
Paz, p. 2. Ele começa com uma declaração trini-tariana: “Cremos em um só Deus,
eternamente subsistente em três pessoas: o Pai, o Filho e o Espírito Santo” (Dt
6.4; Mt 28.19; Mc 12.2a; 2 Co 13.13).
CONCLUSÃO
A Bíblia é a única fonte para se
discernir entre a ortodoxia bíblica e a heresia. Ela é a Palavra de Deus
inspirada; o único padrão que distingue o certo do errado. O movimento religioso
que a rejeita, e tem aversão pelos credos formulados pela Igreja Cristã nos
primeiros séculos, é seita; e, como tal, é inimigo do Cristianismo bíblico e
histórico.
Fonte
Original:
Lições do 2° - Trimestre de
1997
Editora: CPAD
Fonte: perto-fim.blogspot.com.br