A outorga do
Espírito Santo por Jesus aos seus discípulos no dia da ressurreição não foi o
batismo no Espírito Santo como ocorreu
no dia de Pentecoste (At 1.5; 2.4).
Era, realmente, a
primeira vez que a presença regeneradora do Espírito Santo e a nova vida do
Cristo ressurreto saturavam e permeavam os discípulos.
(1) Durante a
última reunião de Jesus com seus discípulos, antes da sua paixão e crucificação,
Ele lhes prometeu que receberiam o
Espírito Santo, como aquele que os regeneraria: “habita convosco, e estará em
vós” (14.17 veja nota).
Jesus
agora cumpre aquela promessa.
O uso que João faz
deste verbo neste versículo indica que Jesus
estava lhes outorgando o Espírito a fim de neles produzir nova vida e
nova criação. Isto é, assim como Deus soprou para dentro do homem físico o
fôlego da vida, e o homem se tornou uma nova criatura (Gn 2.7), assim também,
agora, Jesus soprou espiritualmente sobre os discípulos, e eles se tornaram
novas criaturas.
Mediante sua
ressurreição, Jesus tornou-se em “espírito vivificante” (1Co 15.45).
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também:
(3)
O imperativo “Recebei o Espírito Santo” estabelece o
fato que o Espírito, naquele momento histórico, entrou de maneira inédita nos discípulos, para neles
habitar. A forma verbal de “receber” está no aoristo imperativo (gr. lebete, do
verbo lambano), que denota um ato único
de recebimento. Este “recebimento” da vida pelo Espírito Santo antecede a outorga da autoridade de Jesus para eles (Jo
20.23), bem como do batismo no Espírito Santo, pouco depois, no dia de
Pentecoste
(At 2.4).
(4) Antes dessa
ocasião, os discípulos eram verdadeiros crentes em Cristo, e seus seguidores,
segundo os preceitos do antigo concerto.
Porém, eles não eram plenamente regenerados no sentido da nova aliança. A
partir de então os discípulos passaram a
participar dos benefícios do novo concerto baseado na morte e ressurreição de
Jesus (ver Mt 26.28; Lc 22.20; 1Co
11.25; Ef 2.15,16; Hb 9.15-17; ver o estudo A REGENERAÇÃO). Foi, também,
nessa ocasião, e não no Pentecoste, que
a igreja nasceu, i.e., uma nova ordem espiritual, assim como no princípio Deus
soprou sobre o homem até então inerte
para de fato torná-lo criatura vivente na ordem material (Gn 2.7).
(5) Este trecho é essencial para a compreensão
do ministério do Espírito Santo entre o povo de Deus:
(a) os
discípulos receberam o Espírito Santo
(i.e., o Espírito Santo passou a habitar neles e os regenerou) antes do dia de
Pentecoste; e
(b) o derramamento
do Espírito Santo em At 2.4. Isto seguiu-se à primeira experiência. O batismo
no Espírito no dia do Pentecoste foi,
portanto, uma segunda e distinta obra do Espírito neles.
(6)
Estas duas obras distintas do Espírito Santo na vida
dos discípulos de Jesus são normativas para todo cristão. Isto é, todos os autênticos crentes recebem o
Espírito Santo ao serem regenerados, e a seguir precisam experimentar o batismo
no Espírito Santo para receberem poder para serem suas testemunhas (At 1.5,8;
2.4; ver 2.39 nota).
(7) Não há
qualquer fundamento bíblico para se dizer que a outorga por Jesus do Espírito
Santo em 20.22 era tão somente uma profecia simbólica da vinda do Espírito
Santo no Pentecoste. O uso do aoristo imperativo para “receber” denota o
recebimento naquele momento e naquele lugar.
Adaptado dos Escritos de: DONALD C.
STAMPS
Fonte
Original:
Bíblia de Estudo Pentecostal
Editora: CPAD
Fonte: perto-fim.blogspot.com.br